Ministério Público pede interdição da Fundação Casa de Praia Grande

26/07/2012 15:18

 

O Ministério Público (MP) entrou com pedido para que a Fundação Casa dePraia Grande seja interditada. O requerimento pede para que a administração da unidade faça obras nos prédios para aumentar o muro da unidade, e aumentar isolamento dos internos.

Os pedidos reforçam os apelos da população e do sindicato dos funcionários da Fundação Casa, que temem pela proximidade com os internos. Segundo o sindicato, o fato de o prédio ter sido construído dentro da comunidade aproxima as pessoas que dão suporte aos internos, inclusive arremessando drogas da rua em direção às janelas dos internos. A Fundação Casa disse que já pediu o apoio da Polícia Militar para coibir a ação.

Débora Cristina da Silva, moradora do bairro onde se encontra a unidade, conta que a população está preocupada com a proximidade dos internos com as crianças. “Precisam tirar isso daqui e construir uma escola profissionalizante, alguma coisa que faça uma benfeitoria para a população”, conta a moradora.

O sindicato dos trabalhadores da Fundação Casa concorda com a opinião da moradora, e diz que pediu para a administração da instituição para que desativem a unidade. “Os problemas são, principalmente, relacionados à questão de arremessos de drogas e outros objetos para o interior da unidade”, explica Carlos Cabral Cabreira, promotor da infância e juventude de Praia Grande.

Além desse problema, o MP acredita que a retirada da Organização não Governamental, que administrava parte das atividades da Fundação, fez com que o número de funcionários ficassem insuficientes para cuidar dos internos.

“Solicitamos à presidência da Fundação Casa que interdite provisoriamente a unidade. Se não houver uma manifestação favorável por parte da Fundação o MP irá analisar um ajuizamento de uma ação para interdição judicial da unidade”, argumenta o promotor.

Até o dia 25 de julho três rebeliões aconteceram na unidade. Ao todo 30 internos fugiram da unidade. A primeira rebelião do mês aconteceu no dia 7, quando 18 internos fugiram. Dois foram encontrados e um foi morto durante um assalto no Guarujá.

No dia 16 os internos atearam fogo em geladeiras e utensílios e fizeram funcionários de reféns. Ninguém ficou ferido. No dia 19 quatro conseguiram fugir durante uma rebelião.

A última foi no dia 23 de julho. Os menores quebraram paredes e 18 conseguiram fugir. Sete foram recapturados. As rebeliões vem acontecendo desde fevereiro, quando cinco funcionários foram feitos reféns. Ninguém ficou ferido.