Agentes da Fundação Casa acumulam função de vigilantes

26/07/2012 15:13

 

Agentes de apoio sócio-educativo, que deveriam apenas cuidar das atividades dos adolescentes da Fundação Casa deAraraquara (SP), estão acumulando a função de vigilantes de segurança. A denúncia foi feita pelo sindicato da categoria após funcionários terceirizados deixarem de trabalhar no local por atraso no pagamento dos salários pela empresa contratada.

Ainda segundo o sindicato, o problema se estende às unidades de Taquaritinga (SP) e Mogi Mirim (SP). Em Araraquara, 20 vigilantes paralisaram os serviços porque não estavam recebendo em dia.

“Nós temos uma informação de que existe até uma defasagem do número de pessoas que trabalham internamente e agora com o serviço externo também, que era dos vigilantes, acaba complicando”, afirmou um vigilante que trabalhava na Fundação Casa de Araraquara, que não quis se identificar.

 

Segundo ele, o serviço exige formação específica e o acúmulo de função pode prejudicar o serviço. “Realmente talvez tenham treinamento, mas não seria a mesma coisa que os vigilantes recebem”, disse.

Segundo Maria Vieira, representante do Sindicato dos Trabalhadores de Assistência ao menor, o acúmulo de função compromete a qualidade do trabalho. “Estão fazendo uma função que não é deles e fica muito cansativo”, afirmou.

Além do atendimento prejudicado, o acúmulo de função oferece riscos aos funcionários, segundo Vieira. “No plantão, ficam com os adolescentes e nas folgas trabalham como seguranças, o que pode causar problemas físicos e mentais, além de não ter como desempenhar um bom trabalho”.

 

De acordo com a assessoria de imprensa da Fundação Casa, o repasse para empresa que atrasou o pagamento dos vigilantes sempre foi feito e a contratação de uma nova empresa terceirizada deve ser concluída ainda este ano. Ainda segundo a assessoria, os agentes de apoio sócio-educativo estão sendo convocados em caráter emergencial e podem recusar o trabalho, se aceitarem, recebem horas extras.